No passado sábado, 15 de fevereiro, a Cooperativa Árvore, no Porto, acolheu um encontro especial em torno do livro Descolamento da Rotina, da autoria de Francisco Mesquita, docente da UFP.

Mais do que uma apresentação formal, o evento transformou-se numa conversa aberta entre o autor e o público, num espaço de partilha sobre a imagem, a perceção e a forma como encaramos a vida. O tempo e a sua vertigem que nos invade, a complexidade e a necessidade de múltiplos olhares, o pensamento que parece esgotar-se, são variáveis para as quais estas  imagens nos convocam.

A sessão contou com a participação de Nadine Rombert Trigo, Pró-Reitora do Desenvolvimento Institucional e Relações Internacionais da UFP, que trouxe um olhar particular sobre a obra e a fotografia de Francisco Mesquita. Não se tratou de uma apresentação tradicional do livro , já divulgado em diversas ocasiões, mas sim de uma reflexão sobre o que esta obra representa e sobre a forma como o autor e a convidada percecionam a fotografia.

O descolamento da retina, experiência vivida por Francisco Mesquita, foi um ponto de viragem na sua maneira de ver e enfrentar o mundo. Durante a conversa, o autor partilhou como essa vivência lhe trouxe uma nova perspetiva: mais leve, mais presente, menos focada no futuro. “A vida é para se ir vivendo da melhor forma”, destacou, defendendo que é fundamental aproveitar cada momento sem nos deixarmos prender pela antecipação do que está por vir. A sessão contou ainda com momentos de declamação de poesia, com interpretações de textos de Herberto Hélder, Cláudia Lucas Chéu e outros, pelas vozes de Victor Pinto e Diana Rebelo. A fusão entre imagem, literatura e reflexão tornou o evento ainda mais rico e envolvente.

Descolamento da Rotina revelou-se não apenas um livro de fotografia, mas um testemunho sobre a transformação da perceção e a forma como escolhemos encarar a vida com leveza, presença e autenticidade.