Apresentação
A Cátedra Internacional de Bioética da UFP faz parte de uma rede com mais de duzentas Cátedras (https://www.int-chair-bioethics.org/) que visam criar, promover e desenvolver a educação na área da bioética em geral, incluindo a formação ética dos profissionais de saúde, bem como a formação continuada de docentes e investigadores desta área. É neste enquadramento que a Cátedra desenvolve atividades e disponibiliza instrumentos pedagógicos com o objetivo de gerar reflexão e diálogo promotores de ciência com consciência, ou seja, promotores de conhecimento e de práticas inspirados em valores éticos.
As suas atividades incluem a organização de seminários/cursos/ conferências; a produção e divulgação de material para o ensino da (bio)ética, estabelecendo pontes entre todos os que se interessam pela dimensão ética do ensino & aprendizagem e da investigação.
A Cátedra Internacional de Bioética da UFP pretende que a sua ação seja promotora da partilha de conhecimentos e competências no âmbito da comunidade académica e que possa estabelecer pontes com outros projetos, tanto na UFP, como noutras cátedras pertencentes à rede.
Atividades
TEMA GERAL 2023-2024
“QUE PARTE DE MIM É O MEU EU?”
COMUNICAR – HUMANIZAR – CRIAR PONTES
Vivemos uma época de grandes desafios: depois de anos em que a comunicação direta entre as pessoas podia constituir um risco para a saúde e em que a tecnologia ocupou o espaço da comunicação possível, vivemos hoje, de uma forma cada vez mais acelerada, um fascínio estonteante por formas de comunicar geradoras de silêncios empobrecedores. Telemóveis, computadores, tablets – todos os instrumentos que nos permitem saber mais acerca do que se passa no mundo do que em qualquer outro momento da história – parecem gerar silêncio e distanciamento entre pessoas que se encontram lado a lado. A Inteligência Artificial “promete-nos” um admirável mundo novo em que, inclusivamente o cuidar do outro, pode ser delegado num robot, programado para substituir, rentabilizar, programar formas de interação sem alma. Como nos definimos hoje? “Que parte de nós é o nosso eu”? Como encontrar formas de comunicação significantes, silêncios, palavras e gestos que aproximam, em vez de acirrarem o individualismo? Que espaço terá uma alteridade constitutiva do “ser-humano”? Num tempo de fascínios, de uma espécie de “admirável mundo novo” tecnológico, quais são as nossas inquietações? Que leitura crítica fazemos do mundo? Que lugar damos ao tempo de uma comunicação que humaniza? Que tempo reservamos para o tempo de estar, para o tempo de ser, para o tempo de escutar o outro? De que formas poderá a tecnologia contribuir para potenciar encontros com significado? Como poderá a ética e a bioética continuar a contribuir para construir e encontrar pontes entre nós? Que lugar tem a compaixão e a empatia num pensar e num agir ético?
Estas serão as grandes questões que a Cátedra Internacional em Bioética da Universidade Fernando Pessoa desafia a comunidade académica a pensar e a debater. O desígnio de uma Cátedra é claramente pedagógico. Pretendemos que os nossos alunos possam aprender, refletindo, fora do contexto formal das aulas. Pretendemos que a comunidade dos professores ajude os alunos neste processo, envolvendo-se, cruzando experiências, informação e formação que seja convergente com a ética e a bioética. Consideramos a interdisciplinaridade um meio indispensável para produzir conhecimento com interesse pedagógico, e não um fim em si mesma.
Porque estas questões atravessam todas as nossas realidades e aprendizagens, propomo-nos a organizar debates, mesas-redondas e exposições em que se envolverão professores e alunos das várias áreas científicas da nossa Universidade, da Fundação Fernando Pessoa, do Hospital-Escola e de instituições e entidades convidadas.
TEMA GERAL 2022-2023
À ESCUTA DO MUNDO: DESAFIOS ÉTICOS E BIOÉTICOS EM TEMPOS INCERTOS
A complexidade do mundo atual apela a reflexões também elas complexas, capazes de se deixarem interpelar pela realidade, procurando interpretá-la a partir de uma ética e de uma bioética que contribuam para um viver bem, com os outros e para os outros, em instituições justas. Pensar a ética para tempos incertos significa olhar para o mundo a partir de uma escuta responsável, em ordem a um agir baseado em valores e na procura de diálogos multifacetados com os direitos humanos como horizonte a atingir. O que tem a ética e a bioética – entendidas como reflexões acerca da vida, nos seus diversos aspetos – a dizer nestas encruzilhadas? Como contribuir para cruzar saberes de forma pedagógica, compreensível e, simultaneamente, desafiadora?
O programa da Cátedra Internacional de Bioética para este ano letivo deixa-se interpelar pelas dinâmicas do mundo, numa época pós-pandémica, marcada por acontecimentos inesperados ou desafiadores: a guerra, a evolução da tecnologia e o seu impacto na construção de formas de conhecimento úteis para um mundo melhor, o direito à alimentação, as competências éticas necessárias para uma saúde compreendida na perspetiva da Organização Mundial de Saúde, isto é como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas como a ausência de doença”, os grandes eventos à escala global e os seus impactos locais.
EVENTOS REALIZADOS
A Cátedra Internacional de Bioética organizou uma mesa-redonda sobre “Competências Éticas em Saúde: alguns olhares”, no Hospital-Escola da UFP, com o objetivo de aumentar conhecimentos, discutir ideias e valorizar as diferentes experiências como estratégia de fortalecimento dos cuidados de saúde. Participaram na mesa-redonda e no debate a Professora Sónia Novais (Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa), Pedro Brito (Diretor do Serviço de Humanização do Centro Hospitalar Universitário São João), a Professora Conceição Manso (Docente da UFP) e Teresa Toldy (Responsável pela Cátedra Internacional de Bioética da UFP. O debate foi moderado pelo Professor José Calheiros.
Todo o evento foi gravado e poderá ser acedido >> aqui
Na Cátedra Internacional de Bioética organizou uma mesa-redonda no passado dia 20 de Abril, no contexto das Jornadas da Nutrição” subordinada ao tema: “Direito à alimentação”. As questões do tipo de alimentação, do acesso â mesma e dos estilos de vida associados a opções diversas neste domínio, tanto por questões relacionadas com perspetivas ideológicas, como associadas, por exemplo, ao desporto, levantam questões éticas relevantes. Foi nestes temas que a mesa-redonda se concentrou.
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No passado dia 21 de março , no Salão Nobre da UFP, debateu-se o Programa de inteligência artificial ‘chatGPT’, sobretudo com o objetivo de tentar perceber o que é o GTP e como funciona a IA e a relação com o ensino, nomeadamente na academia e a ligação GTP com a investigação científica. Este debate teve como oradores convidados: Rui Sousa Silva (Docente FLUP), Elsa Simões, Susana Magalhães, Luís Borges Gouveia e Eduardo Paz Barroso (Docentes UFP).e moderação de Rui Estrada (Docente da UFP).
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No passado dia 1 de abril, decorreu uma mesa-redonda sobre “Cinema e Guerra”, da iniciativa da Cátedra Internacional em Bioética, no contexto mais amplo da I Conferência sobre Cinema e Conflito: Guerra & Violência , organizada pelo OPVC (Observatório Permanente – Violência e Crime), com a temática geral “Guerra & Violência”. Esta mesa-redonda contou com a participação de Mário Augusto, crítico de cinema, da Profª Doutora Susana Teixeira e do Prof. Doutor Rui Estrada (docentes da UFP e membros do grupo dinamizador da Cátedra Internacional de Bioética), como moderador. O objetivo da sessão foi discutir os impactos éticos da representação da guerra no cinema.
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Convidado externo | João Vinhas – CEO da Rádio Golo FM
Convidados Internos | Profª Doutora Clarinda Festas | Prof. Doutor Daniel Seabra | Profª Doutora Teresa Toldy
Moderador | Prof. Doutor Renato Ferreira
O Mundial de Futebol no Qatar levantou questões da maior importância, tanto do ponto de vista da ética como da própria bioética. O debate ocorrido na Universidade Fernando Pessoa no contexto da Cátedra Internacional de Bioética procurou equacionar algumas dessas questões juntando diversos convidados numa mesa-redonda. Estes abordaram questões desde o próprio processo de construção dos estádios, não só no que diz respeito aos seus custos financeiros, mas também humanos. Levantaram a questão do interesse de realizar um evento desta dimensão num país que não faz parte do “mapa” dos países mais implicados no futebol. Este desporto, contudo, mais do que uma simples modalidade entre outras, tem contribuído, ao longo do tempo, tanto para acicatar conflitos, como para pacificar e unir nações ou grupos em situação de desencontro, o que leva a pensar que o futebol tem um significado “político”, isto é, reflete e impulsiona dinâmicas sociais. Tratando-se de uma atividade desportiva, coloca-se ainda uma questão relacionada mais diretamente com a bioética: a questão do corpo em esforço para proporcionar um espetáculo. A Cátedra Internacional de Bioética, ao realizar este debate, procurou, assim, cumprir um dos seus desígnios: enquadrar questões da atualidade numa leitura crítica a partir da ética e da bioética.
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No passado dia 27 de Outubro, no Salão Nobre da UFP, celebrou-se o Dia Mundial da Bioética, subordinado ao tema, “Responsabilidade Social e Saúde”. A celebração deste dia incluiu, num primeiro momento, a apresentação da Cátedra Internacional de Bioética da UFP e posteriormente a conferência à distância, do Prof. Doutor Rui Marques, Presidente do Instituto P. António Vieira e CEO da Fórum Estudante.
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19 de outubro de 2022
“Responsabilidade Social e Saúde” constitui o tema escolhido para a comemoração do Dia Mundial da Bioética pela Rede Internacional de Cátedras de Bioética, da qual a Universidade Fernando Pessoa faz parte. Trata-se de um tema inspirado no Artigo 14 da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, no qual se frisa que a promoção da saúde e do desenvolvimento social em benefício dos povos é um objetivo fundamental dos governos e deve envolver todos os sectores da sociedade. Gozar da melhor saúde que se possa alcançar constitui um dos direitos fundamentais de qualquer ser humano, sem distinção de raça, religião, opções políticas e condição económica ou social. Ao progresso da ciência e da tecnologia nas áreas da saúde haverá de corresponder, na medida das possibilidades de cada povo, a responsabilidade dos cidadãos pelos seus comportamentos em comunidade, tanto no sentido da prevenção, como no sentido da contenção de pandemias.