UFP acolheu conferência “50 anos do 25 de Abril: Tempo de interpretações políticas”

No dia 2 de dezembro, a Universidade Fernando Pessoa foi palco da conferência internacional comemorativa dos “50 anos do 25 de Abril: Tempo de interpretações políticas”, dedicada à análise do impacto político e histórico do 25 de Abril de 1974 em Espanha.

Este evento, realizado em parceria com a Universidade Lusófona – Centro Universitário do Porto, em parceria com os centros de investigação I3ID, CEPESE, CIGG-USAL e o Observatório Político e organizado pela coordenação do 1º Ciclo de Ciência Política e Relações Internacionais (CPRI), contou com um painel de oradores de renome e a moderação do Prof. Doutor António Tavares, docente da Universidade Lusófona do Porto.

A conferência teve com a participação ativa dos estudantes dos cursos de CPRI e Ciências Empresariais, que demonstraram grande interesse nos temas debatidos, numa iniciativa que reforçou o papel destes futuros profissionais no aprofundamento de questões políticas e históricas de relevância internacional. A interação entre os alunos e os oradores enriqueceu ainda mais o debate, promovendo um diálogo intergeracional sobre a importância das democracias no mundo contemporâneo.

O Presidente Juan Carlos Rodríguez Ibarra, político do PSOE e ex-Presidente da Junta da Extremadura, partilhou a sua experiência na liderança política em Espanha e o seu papel como Conselheiro eleito do Conselho de Estado. O Professor Catedrático Jubilado Antonio Carreras Panchón, com um percurso académico nas universidades do País Basco, Complutense, Málaga e Salamanca, trouxe uma perspetiva histórica sobre as dinâmicas do regime franquista. Já o Professor Catedrático Emérito Celso Almuiña Fernandez, da Universidade de Valladolid, analisou os aspetos culturais e sociais que influenciaram a democratização espanhola.

Sob a moderação do Prof. Doutor António Tavares, o debate abordou temas como o papel das Forças Armadas em Portugal e Espanha, as diferenças entre os partidos comunistas dos dois países, e o impacto de figuras como António de Spínola, cujo livro “Portugal e o Futuro” foi mencionado como fonte de estudo para a transição democrática em Espanha. Outro ponto de destaque foi o papel do Rei Juan Carlos I na consolidação da democracia espanhola, com momentos simbólicos como o cumprimento histórico no Parlamento entre Dolores Ibárruri, a “Passionária”, e deputados do regime franquista.

Este evento não só ofereceu uma análise comparativa das transições democráticas em Portugal e Espanha, como também proporcionou aos estudantes da UFP uma oportunidade de refletir sobre os desafios históricos e atuais da democracia. A iniciativa reforça o compromisso da Universidade Fernando Pessoa em promover debates académicos que liguem o passado ao presente, preparando os seus alunos para uma cidadania ativa e informada.