Docente UFP analisa violência de género em tempos de COVID

“Em termos imediatos, vejo a proteção comunitária como uma importante aposta, mas que levanta incertezas sobre até que ponto a sociedade portuguesa está consciente de que entre marido e mulher tem a obrigação de meter a colher.”

Os desafios levantados em tempos de pandemia, essencialmente ao nível da estratégia política de combate à violência de género e à promoção da igualdade, constituem o tema central de uma reflexão partilhada pela Dra. Joana Torres, docente de Criminologia da UFP, num artigo publicado recentemente no jornal Público.

O confinamento ao espaço privado a que a pandemia de Covid-19 tem obrigado traz consigo, na perspetiva da docente, além de outras consequências físicas e emocionais, uma sobrecarga das mulheres nas tarefas domésticas e de cuidadoras, bem como uma propensão para o aumento da tensão e para novos casos de violência.

A docente, que se encontra a desenvolver investigação sobre as respostas que têm sido dadas à violência de género na intimidade, sobretudo do ponto de vista das estratégias políticas e das instituições nacionais à luz da Convenção de Istambul, acredita que estes fenómenos devem ser estudados mas, muito provavelmente, só no pós-pandemia. Só nessa altura será possível perceber os impactos trazidos pelo vírus “ao percurso emancipatório das mulheres, mas também o nível de responsabilidade e solidariedade coletiva em que nos encontramos”.

Artigo acessível aqui.